Depois da meia-noite, Stephen King
Nesse
livro há quatro contos de Stephen King, ou diria novelas porque não
são histórias curtas, como os contos que estamos habituados a ler.
São histórias de pessoas normais, no universo normal – divórcio
e traição, por exemplo, são temas presentes - que se deparam de
repente com o sobrenatural alterando de forma drástica suas vidas.
Em
Os langoliers, alguns passageiros de um avião acordam de um cochilo
e percebem que a maioria dos outros passageiros desapareceu durante o
voo, a própria tripulação desapareceu deixando o avião no piloto
automático.
Para
a sorte dos passageiros restantes, há um piloto entre eles e
conseguem pousar. Além do mistério de onde foram parar todas as
pessoas, há tensão entre eles com brigas internas, decisão de onde
pousar, receio de perder compromissos. Mesmo quando finalmente
conseguem pousar, a decepção é grande, pois não há ninguém no
aeroporto, nem em nenhum lugar, tudo parece deserto e abandonado.
Então
esses passageiros precisam contornar os conflitos entre eles e
descobrir onde e quando estão e como voltar à realidade.
Em
Janela secreta, secreto jardim, um escritor se vê perturbado com uma
acusação de plágio. Mort está se separando, após flagrar a
esposa em um motel com outro homem, está sozinho em uma propriedade
onde passava as férias. Apesar de ser um escritor consagrado está
passando por uma crise de inspiração e para completar o quado,
recebe a visita de um homem que o acusa de ter copiado o seu conto.
Ele tem certeza que não cometeu o plágio, mas as histórias são
praticamente as mesmas, ele afirma que pode provar sua inocência
assim que conseguir a revista onde publicou o conto pela primeira
vez, mas o homem é inflexível, persegue, ameaça, destrói provas,
faz coisas monstruosas, como matar o gato de Mort e incendiar a casa
onde a ex-esposa estava morando.
É
fácil deduzir o verdadeiro enredo, mesmo assim o final consegue ser
eletrizante, especialmente com o último encontro do escritor com a
ex-esposa.
O
policial da biblioteca é o mais sombrio e pesado do livro. A
premissa remete a algo infantil, mas a história é bem mais profunda
do que parece, envolve traumas da infância, violência sexual,
alcoolismo, em alguns momentos é pesaroso continuar a leitura.
Tudo
começa quando Sam precisa fazer um discurso e vai até a biblioteca
para pegar alguns livros. Eles não frequenta bibliotecas há muitos
anos e fica relutante, mas segue um conselho para ir, no entanto, não
gosta do que encontra lá, cartazes assustadores sobre punições
para atrasos na devolução dos livros, chega a questionar a
bibliotecária e a mesma se irrita com a atitude dele.
Ardélia
é uma bibliotecária que gosta de manter as crianças em ordem
através do medo, um dos cartazes é o policial da biblioteca
assustando um menino.
Ardélia
faz com que Sam, aos quarenta, sinta-se um menino apavorado com medo
de uma simples multa, principalmente quando ele se dá conta que
perdeu o prazo de devolver os livros, e pior, perdeu os livros.
Nesse
momento, ele descobrirá que há muito tempo Ardélia não trabalha
na biblioteca da cidade e que a biblioteca em que ele entrou não é
mais a mesma, assim como a multa não será tão simples como ele
havia pensado.
No
último conto, O cão da Polaroid, Kevin ganha um presente especial
em seu aniversário de quinze anos, uma câmera Polaroid. Ele tenta
usar a câmera na festa mesmo, registrando os pais e a irmã, porém
quando a foto é revelada mostra um cão na frente de uma casa com
cerca branca. Ele tira outras fotos, mas sempre o que e revelado é a
imagem do cão. Antes de tentar devolver a câmera, ele procura um
homem que talvez possa consertar e eles percebem que as fotos são
muito parecidas, mas não exatamente iguais. O cão parece estar
lentamente mudando de posição a cada foto tirada, em cada foto ele
parece mais feroz, como se estivesse pronto para atacar o fotógrafo
ou a pessoa por trás da câmera, que no momento é o próprio Kevin.
Analisando bem as fotos, ele descobre que o cão está usando uma de
suas gravatas, ele sabe que deve destruir a câmera, antes que o cão
consiga sair para matá-lo, mas ela exerce uma forte atração e a
curiosidade também é muito grande em torno do que mais será
revelado a cada foto tirada.
Sempre
ouvi muito sobre Stephen King, principalmente entre os leitores
jovens, e esse livro foi uma boa opção para conhecer a genialidade
desse autor. Dá para entender porque sua escrita atrai tantos fãs,
sua criatividade nos leva para situações raramente imaginadas.
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