O bosque das ilusões perdidas - Alain Fournier

O Grande Meaulnes, entre todos os alunos do sr. Seurel, é quem tem mais audácia para fugir em busca de aventuras inspirando admiração e inveja nos outros.
O bosque das ilusões perdidas é narrado por François, mas com foco em Meaulnes. Em sua fuga, ele perde cavalo e carroça, mas se encontra em uma propriedade dos sonhos, um lugar onde há festa, danças, jantares, artistas, jogos e uma moça a qual ele nunca consegue esquecer.
De volta à rotina, tudo em que ele pensa é em encontrar o caminho de volta para a mansão e rever os momentos mágicos e a bela moça.
Esse desejo contagia o amigo François, e como uma das muitas coincidências da história, um jovem saltimbanco que se encontra na cidade. Acontece que a festa que Meaulnes presenciara deveria ser o noivado desse saltimbanco, que na verdade, era Frantz, um jovem muito rico cuja vida mudou totalmente ao ser abandonada pela noiva. E a moça por quem Meaulnes se apaixonou perdidamente, ninguém menos que Yvonne, irmã de Frantz. 
Frantz seria a chave para Meaulnes reencontrar sua amada, mas vai embora sem deixar vestígios, deixando os amigos mais uma vez sem saber como chegar ao bosque onde se encontra a mansão.
Tudo para esses meninos é sonho e promessas de felicidades futuras conseguidas após muitas lutas. Ousadia de sair pelo mundo em busca de um amor, de um amigo, de uma promessa.

"Todavia continuou caminhando com o mesmo passo fatigado, lábios gretados pelo vento gelado que, por vezes, o sufocava; e no entanto um contentamento extraordinário o alvoroçava, uma perfeita e quase embriagante tranqüilidade, a certeza de que seu objetivo tinha sido alcançado e de que no futuro tudo lhe seria felicidade. "

Na adolescência, há todos os sonhos por um fio de serem concretizados, ao início da vida adulta todas as possibilidades de perseguir esses sonhos, todas as coincidências a favor, mas acima de tudo o sentimento de que a felicidade completa nunca será possível. 
O bosque das ilusões perdidas foi uma surpresa ótima para mim, não conhecia Alain Fournier, e que triste saber que o mesmo nunca concluiu seu segundo romance por ter morrido na Primeira Grande Guerra. É um livro delicioso, cativante, que faz bater uma saudade dessa época em que tudo é possível, a adolescência, junto com uma melancolia dos desassossegos do início da vida adulta, da constatação de que a maioria de nossas ilusões está sim perdida.




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