A nova perdida
Viver em meio aos jovens me dá uma espécie de experiência científica sobre a sociedade contemporânea. Não que eu seja algum tipo de pessoa descolada que se dá bem com eles. Eu não me entendia com adolescentes nem quando eu era um deles. Pelo amor de Deus, eu passava os recreios na biblioteca. Era tão estranha que acabei sendo professora. Todas as ironias do destino me levam a circular entre os adolescentes. Além de ser professora e portanto pobre, eu tenho que fazer o trajeto de casa para a escola em um ônibus escolar. Felizmente não são os meus alunos, nem da minha escola nesse ônibus e eu posso observá-los sem que eles se comportem como fariam na frente da professora-pessoa-chata-que-não-transa-não-gosta-de-nada-e-é-mal-humorada (Como eles descrevem quase todos os honrados colegas sofredores dessa profissão). Ontem, inclusive, um deles me passou uma cantada. Deus! Meu rostinho patrocinado pelo Renew e meu gosto por tênis e camiseta me fazem mesmo parecer uma adolescente normal e...