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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Nietzsche Para Estressados - Allan Percy

O título pode sugerir algo mais filosófico, quando, na verdade, é bem mais autoajuda. O livro por si já é algo tranquilizador, dar uma pausa na rotina para lê -lo já garante algum tempo de paz para os estressados. O caminho para entender os outros e a nós mesmos pode ser muito longo, não entendemos o que nos leva ao estresse, por exemplo, ou não entendemos que atitudes alheias nos incomodam mais. É frustrante estar sempre desejando mais e nunca ter um tempo de qualidade. Essa leitura nos ajuda a refletir sobre isso, sobre a necessidade de dar uma pausa, se integrar com natureza, às vezes nos esquecemos que somos parte da natureza, que precisamos de as puro, árvores e principalmente sossego. Ficar muito tempo sem isso contribuí para um surto de estresse. O livro ainda passa por teorias conhecidas no ramo da autoajuda como o poder do pensamento positivo. Um ponto negativo é que se aproximando no final da leitura o posicionamento do autor se mostra um tanto confuso, ora ele fala que é pre

O templo dos meus familiares - Alice Walker

Tudo que se puder falar sobre esse livro não poderá exprimir a sua grandiosidade. O templo dos meus familiares é um livro onde cabem todas as histórias da humanidade, todas as emoções, todas as angústias acumuladas ao longo de uma vida e de vidas passadas de cada personagem. São três casais principais com suas histórias se intercalando na narração e no tempo e ainda as histórias de pessoas ligadas a eles. Como um tecido incrivelmente coeso, Alice Walker conseguiu ligar as vidas dessas pessoas. Carlota é uma latino-americana refugiada que não conhece bem a sua própria mãe, embora sempre tivesse vivido com ela. O improvável acontece e se repete. Carlota conhece um astro do rock, Arveyda, ele se apaixona pelos adornos de pluma que Zedé, a mãe de Carlota, faz, a e filha vende. Ele se apaixona por Carlota, eles têm dois filhos, têm suas próprias crises. Mas Arveyda conhece a Zedé que Carlota não conhece, ele vê a mulher por trás do rosto sofrido. Ele abandona Carlota para ficar com Zedé e o
MUITAS FUGIAM AO ME VER Muitas fugiam ao me ver Pensando que eu não percebia Outras pediam pra ler Os versos que eu escrevia Era papel que eu catava Para custear o meu viver E no lixo eu encontrava livros para ler Quantas coisas eu quiz fazer Fui tolhida pelo preconceito Se eu extinguir quero renascer Num país que predomina o preto Adeus! Adeus, eu vou morrer! E deixo esses versos ao meu país Se é que temos o direito de renascer Quero um lugar, onde o preto é feliz. - Carolina Maria de Jesus, em "Antologia pessoal". (Organização José Carlos Sebe Bom Meihy). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996

A leitora

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A leitora, c. 1770-1772 Jean-Honoré Fragonard (França, 1732-1806) Jean-Honoré Fragonard nasceu em Grasse, em 1732.  Apresentou grande talento para o desenho e a pintura desde cedo, assim mesmo tendo muitas limitações econômicas, foi apresentado a François Boucher, o maior pintor da época, que o ajudou a desenvolver o estilo predileto da corte francesa.   Infelizmente com a Revolução Francesa de 1789, Fragonard perdeu toda sua clientela, toda a nobreza que o apoiava.  Juntou todos os seus quadros, saiu de Paris, e voltou para Grasse, sua terra natal, onde foi recebido com carinho.  Aos poucos desenvolveu uma clientela mais modesta, mas patriótica.  Passou para a história conhecido por suas cenas românticas, cenas frívolas e felizes, representantes do gosto da corte no século XVIII na França, também chamado de período Rococó.  Fragonard foi um excelente pintor, preso numa época de grandes reviravoltas políticas. Faleceu em Grasse em 1806. Fonte  A arte é como uma paixão, que longe de ter

A ativista e escritora Danai Gurira

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Atriz, ativista e Africano americano: Danai Gurira acredita no poder de usar sua voz para amplificar contadores de histórias africanas. O conjunto de The Walking Dead é um lugar difícil para se destacar no Halloween: o quociente zombie é alta e os maquiadores são duas vezes ganhadores do Emmy, mas ninguém segura uma katana e dreadlocks melhor do que Danai Gurira em seu papel como a heroína de aço , Michonne. Este ano, porém, a atriz tentou algo diferente. Em uma pausa nas filmagens do show em Atlanta, Gurira e seus colegas de elenco feminino posou em versões improvisadas de jilbabs como aqueles usados ​​pelas estudantes nigerianas sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram. Embora tenha sido o Dia das Bruxas, a única coisa assustadora sobre fotos de Gurira foi o triste aniversário, eles marcavam exatamente 200 dias desde que as meninas foram tiradas de seus dormitórios. Em 2 de novembro, ela twittou fotos com a legenda: "As meninas de TWD para as 219 meninas raptadas de Chibok.

[ Crônica] Sistema

Foi um longo sonho ou estado de entorpecimento. Meu departamento havia sido parcialmente esquecido pelo Estado. Digo parcialmente porque o sistema ainda se encarregava de fazer os nossos pagamentos e verificar a nossa frequência ao trabalho. Ele só não se encarregava de nos dar funções. De forma que passávamos o expediente sem ocupações e nos ocupávamos de manter a ordem no local.  Nos tornamos gordos infelizes e gastávamos o tempo livre analisando a vida um do outro secretamente, ao menos na teoria, porque todos sabíamos o que o outro fazia contra cada um. Não que gordo seja infeliz, gordos devem ser as melhores e mais realizadas pessoas do mundo, mas nós comíamos por ansiedade e por não ter o que fazer e também para evitar falar uns com os outros.  Cada falta deveria ser meticulosamente registrada, embora não houvesse nenhum membro superior na hierarquia interessado em verificar. Nos tornamos os algozes um do outro, nos odiávamos cada vez mais. A  impressão era que usávamos o tempo l