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Mostrando postagens de 2014

Nietzsche Para Estressados - Allan Percy

O título pode sugerir algo mais filosófico, quando, na verdade, é bem mais autoajuda. O livro por si já é algo tranquilizador, dar uma pausa na rotina para lê -lo já garante algum tempo de paz para os estressados. O caminho para entender os outros e a nós mesmos pode ser muito longo, não entendemos o que nos leva ao estresse, por exemplo, ou não entendemos que atitudes alheias nos incomodam mais. É frustrante estar sempre desejando mais e nunca ter um tempo de qualidade. Essa leitura nos ajuda a refletir sobre isso, sobre a necessidade de dar uma pausa, se integrar com natureza, às vezes nos esquecemos que somos parte da natureza, que precisamos de as puro, árvores e principalmente sossego. Ficar muito tempo sem isso contribuí para um surto de estresse. O livro ainda passa por teorias conhecidas no ramo da autoajuda como o poder do pensamento positivo. Um ponto negativo é que se aproximando no final da leitura o posicionamento do autor se mostra um tanto confuso, ora ele fala que é pre

O templo dos meus familiares - Alice Walker

Tudo que se puder falar sobre esse livro não poderá exprimir a sua grandiosidade. O templo dos meus familiares é um livro onde cabem todas as histórias da humanidade, todas as emoções, todas as angústias acumuladas ao longo de uma vida e de vidas passadas de cada personagem. São três casais principais com suas histórias se intercalando na narração e no tempo e ainda as histórias de pessoas ligadas a eles. Como um tecido incrivelmente coeso, Alice Walker conseguiu ligar as vidas dessas pessoas. Carlota é uma latino-americana refugiada que não conhece bem a sua própria mãe, embora sempre tivesse vivido com ela. O improvável acontece e se repete. Carlota conhece um astro do rock, Arveyda, ele se apaixona pelos adornos de pluma que Zedé, a mãe de Carlota, faz, a e filha vende. Ele se apaixona por Carlota, eles têm dois filhos, têm suas próprias crises. Mas Arveyda conhece a Zedé que Carlota não conhece, ele vê a mulher por trás do rosto sofrido. Ele abandona Carlota para ficar com Zedé e o
MUITAS FUGIAM AO ME VER Muitas fugiam ao me ver Pensando que eu não percebia Outras pediam pra ler Os versos que eu escrevia Era papel que eu catava Para custear o meu viver E no lixo eu encontrava livros para ler Quantas coisas eu quiz fazer Fui tolhida pelo preconceito Se eu extinguir quero renascer Num país que predomina o preto Adeus! Adeus, eu vou morrer! E deixo esses versos ao meu país Se é que temos o direito de renascer Quero um lugar, onde o preto é feliz. - Carolina Maria de Jesus, em "Antologia pessoal". (Organização José Carlos Sebe Bom Meihy). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996

A leitora

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A leitora, c. 1770-1772 Jean-Honoré Fragonard (França, 1732-1806) Jean-Honoré Fragonard nasceu em Grasse, em 1732.  Apresentou grande talento para o desenho e a pintura desde cedo, assim mesmo tendo muitas limitações econômicas, foi apresentado a François Boucher, o maior pintor da época, que o ajudou a desenvolver o estilo predileto da corte francesa.   Infelizmente com a Revolução Francesa de 1789, Fragonard perdeu toda sua clientela, toda a nobreza que o apoiava.  Juntou todos os seus quadros, saiu de Paris, e voltou para Grasse, sua terra natal, onde foi recebido com carinho.  Aos poucos desenvolveu uma clientela mais modesta, mas patriótica.  Passou para a história conhecido por suas cenas românticas, cenas frívolas e felizes, representantes do gosto da corte no século XVIII na França, também chamado de período Rococó.  Fragonard foi um excelente pintor, preso numa época de grandes reviravoltas políticas. Faleceu em Grasse em 1806. Fonte  A arte é como uma paixão, que longe de ter

A ativista e escritora Danai Gurira

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Atriz, ativista e Africano americano: Danai Gurira acredita no poder de usar sua voz para amplificar contadores de histórias africanas. O conjunto de The Walking Dead é um lugar difícil para se destacar no Halloween: o quociente zombie é alta e os maquiadores são duas vezes ganhadores do Emmy, mas ninguém segura uma katana e dreadlocks melhor do que Danai Gurira em seu papel como a heroína de aço , Michonne. Este ano, porém, a atriz tentou algo diferente. Em uma pausa nas filmagens do show em Atlanta, Gurira e seus colegas de elenco feminino posou em versões improvisadas de jilbabs como aqueles usados ​​pelas estudantes nigerianas sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram. Embora tenha sido o Dia das Bruxas, a única coisa assustadora sobre fotos de Gurira foi o triste aniversário, eles marcavam exatamente 200 dias desde que as meninas foram tiradas de seus dormitórios. Em 2 de novembro, ela twittou fotos com a legenda: "As meninas de TWD para as 219 meninas raptadas de Chibok.

[ Crônica] Sistema

Foi um longo sonho ou estado de entorpecimento. Meu departamento havia sido parcialmente esquecido pelo Estado. Digo parcialmente porque o sistema ainda se encarregava de fazer os nossos pagamentos e verificar a nossa frequência ao trabalho. Ele só não se encarregava de nos dar funções. De forma que passávamos o expediente sem ocupações e nos ocupávamos de manter a ordem no local.  Nos tornamos gordos infelizes e gastávamos o tempo livre analisando a vida um do outro secretamente, ao menos na teoria, porque todos sabíamos o que o outro fazia contra cada um. Não que gordo seja infeliz, gordos devem ser as melhores e mais realizadas pessoas do mundo, mas nós comíamos por ansiedade e por não ter o que fazer e também para evitar falar uns com os outros.  Cada falta deveria ser meticulosamente registrada, embora não houvesse nenhum membro superior na hierarquia interessado em verificar. Nos tornamos os algozes um do outro, nos odiávamos cada vez mais. A  impressão era que usávamos o tempo l

A surpresa da literatura negra

Nem americana, nem africana, nem cidadã do mundo. O termo afropolita , impulsionado pela escritora Taiye Selasi, equivale a uma realidade: ser africana do mundo, que é a sua própria.
"[Charlotte Brontë] once told her sisters that they were wrong - even morally wrong - in making their heroines beautiful as a matter of course. They replied that it was impossible to make a heroine interesting on any other terms. Her answer was, ‘I will prove to you that you are wrong; I will show you a heroine as plain and as small as myself, who shall be as interesting as any of yours.’" Obituary on “the death of Currer Bell” (Charlotte Brontë).
"Ulysses trouxe a notícia, muito antes de qualquer anúncio oficial lhe ser feito, de sua libertação próxima, trazendo-lhe também uma revista cheia de fotografias do mundo em que estava prestes a entrar, nas quais não se via uma única fisionomia parecida com a de Ulysses. Tio Isaac disse que examinou cuidadosamente cada fotografia, um gélido pavor se instalando no seu peito: que tipo de mundo era aquele, em que seu amigo de hoje não aparecia?" Alice Walker, O templo dos dos meus familiares.

Contos de Aprendiz

Sinopse: Drummond não escreveu muitos contos ao longo de sua carreira. Daí a importância de um livro como este Contos de aprendiz. Publicado originalmente em 1951 (mesmo ano de Claro enigma), o livro seria a primeira investida em larga escala do autor numa obra de ficção. Antes, publicara a pequena novela “O gerente” (que faz parte do volume) em uma modesta edição. Os temas dos quinze contos giram praticamente na mesma órbita de grande parte da poesia do autor: o memorialismo, o relato da vida acanhada no interior do Brasil do início do século XX, a observação do cotidiano mais miúdo, uma ironia gentil, a observação - despida de qualquer sentimentalismo - da inevitável passagem do tempo. Tudo arranjado com delicadeza e inteligência. Eu tinha esse livro há muito tempo e vinha adiando a leitura. Carlos Drummond faz relatos de uma pacata vida na década de 50. Na verdade, os contos satisfazem uma curiosidade sobre a vida, os costumes, naquela época, mas não me empolgaram muito. E

Carta de Caio Fernando Abreu

Carta ao Zézim Porto, 22 de dezembro de 1979 Zézim, Cheguei hoje de tardezinha da praia, fiquei lá uns cinco dias, completamente só (ótimo!), e encontrei tua carta. Esses dias que tô aqui, dez, e já parece um mês, não paro de pensar em você. Tou preocupado, Zézim, e quero te falar disso. Fica quieto e ouve, ou lê, você deve estar cheio de vibrações adeliopradianas e, portanto, todo atento aos pequenos mistérios. É carta longa, vai te preparando, porque eu já me preparei por aqui com uma xícara de chá Mu, almofada sob a bunda e um maço de Galaxy, a decisão pseudo-inteligente. Seguinte, das poucas linhas da tua carta, 12 frases terminam com ponto de interrogação. São, portanto, perguntas. Respondo a algumas. A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete. Zézim, ning

JungleCoders: Lendo livros em formato PDF

JungleCoders: Lendo livros em formato PDF : Um problema que sempre tive com livros em formato PDF é marcar o ponto onde parei de ler para depois continuar. Semana passada eu encontrei o Adode Digital Editions , gratuito e multiplataforma, desenvolvido pela mesma companhia que inventou o formato PDF. Ele foi criado para permitir acesso aos livros digitais da plataforma e-book da Adobe, mas também pode ser utilizado para ler livros já baixados em formato PDF ou ePub. A grande vantagem é poder utilizar o recurso de biblioteca, permitindo juntar os PDFs espalhados pelo disco rígido em uma só interface, organizar estes PDFs em pastas e marcar onde paramos de ler facilmente. No Digital Editions, quando reabro um PDF ele está exatamente na mesma posição que deixei da última vez. A interface é bem limpa e facilita a leitura, tendo apenas os controles básicos de navegação e visualização do PDF e opcionalmente o conteúdo a esquerda.  

PENSAR É TRANSGREDIR - Lya Luft

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Esse é o meu primeiro contato com Lya Luft. Pensar é transgredir é um livro com cinquenta crônicas onde Luft fala sobre os mais diversos assuntos, sempre com uma opinião contundente e inspirada. Família, filhos, casamento, questões nacionais ou internacionais, eventuais questões emocionais, em cada crônica um assunto que nos leva a proposta mencionada no título, pensar é transgredir, sair da opinião normal, do senso comum. Pensar é uma forma de questionar a realidade acomodante, uma maneira de ser original e não estar tentando seguir a onda, a multidão. É isso que se constata lendo os textos de Luft em Pensar é transgredir , um alguém que está em paz com seus conflitos, com suas incertezas e não procura uma verdade absoluta pregada pela voz da maioria. O elemento que me faz gostar de crônicas é o quanto eu posso me envolver com elas e me ver nas situações relatadas nela, não vou dizer que me identifiquei com a maioria em Pensar é transgredir , sobre filhos, casamento, mesmo as situaç

Annie - Carissa Vieira

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Sinopse - Annie - Carissa Vieira Annie é uma jovem atriz que a cada dia faz mais sucesso. Famosa, com bastante dinheiro, sua vida parece um conto de fadas. Apenas superficialmente. Solitária, cansada do trabalho, com um relacionamento complicado com sua família, Annie quer mudar de vida. Só que isso não vai ser fácil. Skoob       Há muito tempo penso em ler mais autores novos e não tão conhecidos. Hoje resolvi começar a colocar isso em prática, baixei o aplicativo Kindle e alguns livros curtos. Vou sempre intercalar entre livros atuais e clássicos. Hoje li o conto Annie de Clarissa Vieira.       O conto é sobre uma adolescente que é celebridade desde muito nova e acaba sentindo-se sufocada pelas pessoas e principalmente pelo interesse dos pais que são desumanos e a usam como meio de ganhar dinheiro.      Logo de princípio, não achei a trama original, há uma garota que tem uma vida 'perfeita', mas está insatisfeita e quer uma vida livre e normal, mas certamente a trama torna-se

Nós, os brasileiros

Lendo essa crônica de Lya Luft, fiquei a pensar, e nós brasileiros, como nos vemos? Luft fala do desconhecimento dos estrangeiros quanto à cultura e ao povo que existe no Brasil. Que os poemas deles sobre o Brasil falam de florestas e mulheres alvas e ao mesmo tempo, em suas viagens, ela sentia que os estranteiros não a reconheciam como brasileira, por ser loira, culta, escritora. Luft gostaria de se ver reconhecida com tanta brasilidade quanto uma negra descendente de africanos e vendedora de acarajé. Eu me pergunto quantas vezes ainda agrupamos certas características e excuímos outras possibilidades de associação. Branca, bonita, rica, culta. Negra, exótica, vendedora de acarajé, boa de samba. Não podemos esperar muito de fora, mas podemos ficar atentos a nossa própria visão deturpada da realidade e olhar menos para si e mais para os lados.

Crônicas para jovens: de amor e amizade - Clarice Lispector

Cada um de nós reage de forma diferente às mudanças trazidas pela vida. A época em que nos consideramos jovens começa por passar tão rápido que quase não conseguimos registrar cada sensação. Como seria bom ter o dom de observação que tinha Clarice Lispector. Em Crônicas para jovens: de amor e amizade há momentos preciosos, frutos de lembranças, observações e vivências pessoais. Em A descoberta do mundo, acompanhamos uma menina de treze anos se chocando com a sexualidade. Quantos pessoas registraram esse momento? Eu nem mesmo consigo lembrar, me considero quase tão precoce quanto ela, eu gostava dos meninos da escola, mas era tímida demais para admitir e tinha medo do inferno, acho que foi pela televisão que descobri os mistérios do amor. Em "A favor do medo", a reação de uma mulher ao ser convidada para um 'passeito', o que passa por uma mente feminina ao receber um convite masculino me lembrou uma passagem do romance A carne de Júlio Ribeiro em que Lenita recua ao

Tag literária

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Eu estava passeando pelo blog Pétalas de Liberdade quando vi uma postagem adorável, uma tag literária dessas que eu tenho prazer em responder, mesmo sem ser convidada apenas pelo prazer de escrever sobre minhas preferências literárias. Aí estão minhas respostas, não vou indicar ninguém até porque sou tão antissocial que removi o formulário de comentários por enquanto.      1 - Qual o primeiro livro que você leu na vida? (Não vale livro didático, nem livro infantil ilustrado.)      Eu acho muito difícil lembrar dessas coisas porque eu comecei a ler muito cedo, mas os que eu me lembro de ler são " Alice no país das maravilha s" de Lewis Carrol e " As frangas " de Caio Fernando Abreu. Curiosamente os dois livros eram da minha prima, eu só tinha os livros da escola, na casa de minha tia havia vários livros largados, aos quais ninguém dava atenção e eu adotei esses dois.      2 - Quem ou o que te incentivou a ler?       Eu nunca fui realmente incentivada, talvez o amb

Descoberta do erro do medo.

Tenho certeza que minha admiração por uma pessoa tem relação com a capacidade que ela tiver de me provar que estou errada. Gosto de que me provem que estou errada, mas sutilmente, de preferência adivinhando os meus pensamentos e concordando comigo. Sim, concordando porque aí poderei dizer que  errada está a outra pessoa. Quero dizer é que é evolução do homem não me fez nada bem. Digo isso porque, em algum momento, a evolução favoreceu os cautelosos, os medrosos mesmo. Aquele que foge do perigo sobrevive. Séculos de evolução podem ter originado pessoas tão cautelosas a ponto de terem medo até de admitir isso. Estava eu no ônibus cautelosamente ouvindo músicas para evitar conversas de desconhecidos quando senta ao meu lado uma senhora que desconhecia esse truque e sem mais começou a me falar em sua tristeza ao perder o nosso ilustre político em um acidente aéreo no momento em que ele mais se destacava. Depois de concordarmos no quanto o ocorrido foi lamentável, ela me falou sua opinião s

Ciranda de Pedra / Lygia Fagundes Telles

Sempre me pergunto se já nascemos melancólicos ou é uma característica que surge depois de algum trauma. Eu já disse mil vezes que eu amo e entendo as almas melancólicas, problemáticas.  Alguns personagens de Lygia são assim,os que eu mais gosto. Ciranda de pedra é um livro assim, a solidão de Virgínia é assim. Nada mais triste que estar sozinha em qualquer ambiente. Para algumas pessoas, o mundo é uma ciranda de pedra, não adianta tentar entrar, tentar fazer parte. Virgínia só é feliz na sua imaginação, quando está em casa com a mãe perturbada imagina como seria bom estar na casa do pai com as irmãs Bruna é Otávia, com o vizinho Conrado e os outros, quando está na casa de Natércio sente-se isolada, principalmente depois que a mãe está morta e ela descobre que o padrasto é seu verdadeiro pai. Na infância de Virgínia, há a presença de Luciana, essa não é a história de Luciana, mas eu quero falar dela também. Eu simpatizo muito com ela. Luciana é a empregada de Daniel, verdadeiro pai d

Breve paz

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Eu quis fugir de mais um domingo preguiçoso, aliás os dias não são preguiçosos, nós é que somos. Levantei cedinho sem nenhuma lamentação por 5 minutos a mais. A previsão de chuva derreteu-se sob o sol escaldante a brisa fresca.  Uma temeridade das pequenas cidades é que você sempre vai encontrar os inimigos, mas não nesse dia. A indiferença das ruas vazias nas manhãs de domingo é deliciosamente receptiva, você pode sair de pijama, ler na calçada, dançar no meio-fio, as ruas observam silenciosamente, sem nenhum julgamento.  Parreiras e bananeiras também não te julgam, fornecem a sombra necessária para o descanso no passeio. As árvores te servem verdemente felizes com as presenças humanas, enquanto pequenas ervas daninhas tentam impedir a invasão. A natureza mostra sua superioridade.  Ficamos felizes, ficamos simples, só precisamos do brilho do sol, do afresco e do canto dos pássaros para viver. Podia ser sempre assim.  Mas, no dia a seguir, a mente implora para voar para outro lugar, ou

Resenha: A cor púrpura - Alice Walker

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Há algum tempo eu venho rejeitando os livros que estão ao meu alcance. Histórias de amor, ou focadas em problemas existenciais de mulheres brancas da classe média ou alta. Eu procurava ler sobre os excluídos, os sofridos. Já falei também quando percebi que nós, mulheres negras, estamos excluídas da literatura e diria que os negros em geral estão. Parece uma coisa tão óbvia, mas tenho certeza que todos demoram para enxergar. O que eu procurava estava bem na minha frente, em um livro muito mais duro do que o que eu estava preparada para ler. Eu ainda quero ler livro com personagens negros que não tenham sua vida marcada pela cor, que sejam 'pessoas normais', mas talvez essa ainda não seja uma realidade geral. A cor púrpura de Alice Walker, 1982, é um romance em forma de cartas. Primeiro Celie escreve para Deus contando detalhes de sua triste vida que se torna mais lamentável pelo seu caráter. Ela aparenta não ter forças, talvez nem vontade suficiente para lutar contra os abusos

Crise e questionamentos

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 ( Voltando a postar crônicas, eu pretendo escrever algumas inspiradas em nosso dia a dia, vida moderna, etc. Fiquei pensando aqui, por que todo mundo só escreve sobre dor-de-cotovelo? Sim, vou ser a variante. ) Sentindo-se pressionada pelo pouco tempo para finalizar um artigo e planejar uma apresentação brilhante, ela resolve ou não resolve, mas não resiste a entregar-se ao exercício de repensar a vida. Não normalmente como fazem as outras pessoas, mas embalada pelo momento, faz isso desesperadamente, perdidamente, como alguém que está prestes a morrer e precisa de uma ideia urgente para se salvar. - É só uma apresentação, mais um leão entre tantos que eu sempre tenho que matar e no fim saio viva e vitoriosa. Ela tenta se convencer, sabendo que a angústia do medo agora é maior que o alívio da vitória. E não consegue não querer encerrar tudo. Mas a avaliação é só mais um estopim. Algo para mostrar que está no caminho errado. - Queria apagar tudo e começar de novo. O artigo e a vida. Q