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Mostrando postagens de outubro, 2011

Inimigo Tempo

Eu tenho medo que os séculos passem de repente Que enquanto eu abro os olhos Enquanto acordo inocente Você não seja mais você e eu não seja mais eu. Eu tenho medo do amanhecer do dia Dessa passagem secreta Do orvalho em madrugada fria Dos planos que a vida engendra Sim, tenho medo que os séculos passem de repente Que o tempo invejoso trame contra nós Que esse cruel inimigo aja impunemente E revoltado com nossa alegria passe de repente. Olha aí,eu que nunca fui chegada a poemas,consegui fazer um,mas veio na minha mente e achei melhor registrar.

Identidade

Era um  momento em que todos os amigos próximos e até os parentes deixaram o mundo em comum, todos encontraram seu mundo particular porque no mundo em comum não encontravam seu lugar,confundiam os papeis,perdiam a vez na fila,se arriscavam sem saber o resultado.Em seu mundo particular todos os papeis definidos,com raras surpresas perfeitamente previsíveis.As amigas de Lia se encaixaram bem em seus papeis de boas esposas,mães eficientes,algumas até profissionais competentes. Outros amigos sabiam todos os dias a hora de acordar e o momento do dia que voltariam para casa. Lia não sabia. O que Lia sabia é que chega uma hora em que cada um tem que escolher qual papel representar. Cada ator tem que construir seu cenário, escolher seu papel e os companheiros de cena que estarão sempre prontos para ajudar caso esqueça suas falas, suas marcações. Mas Lia não tinha ainda um papel e se sentia apenas uma coadjuvante das encenações alheias. E Lia ansiava por construir também o seu mundo particular,