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Mostrando postagens de 2011
‎"Podem ficar com a realidade esse baixo astral em que tudo entra pelo cano eu quero viver de verdade eu fico com o cinema americano. (Paulo Leminski) ''Ganhei'' esse poema da minha querida Ariane, que adivinhou que eu amo Leminski e olha que eu nem sou louca por poemas, mas não tem como não ser louca por Leminski! E sim,é a minha cara, eu prefiro o cinema americano, o europeu, o brasileiro....eu prefiro tudo que não seja a realidade. Sei que é preciso viver, mas que sonhar é mais bonito... ah,isso é!

RESENHA DO LIVRO LUTAR COM PALAVRAS DE IRANDÉ ANTUNES

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Antunes, Irandé.Lutar com Palavras:coesão e coerência.São Paulo:Parábola   Editorial, 2005.                 Em Lutar com Palavras: coesão e coerência, Parábola Editorial, 2005, São Paulo, Irandé Antunes divide com o leitor o conhecimento adquirido graças à experiência na área da lingüística e trás preciosas considerações sobre coesão, coerência, estudo e ensino do texto. A autora escreveu o primeiro livro dedicado exclusivamente à coesão no Brasil, Aspectos da coesão do texto (1996) e ainda Aula de Português – encontro e interação , Muito além da gramática – por um ensino de línguas no caminho e também Língua, texto e ensino – outra escola possível. Irandé Antunes aborda, em Lutar com Palavras, maneiras eficientes de trabalhar com textos em sala de aula, pois segundo a autora os professores ainda confundem estudar texto com retirar fragmentos do texto ou simplesmente usá-lo como pretexto para exercícios de classificação gramatical. Nessa obra a autora mostra com

Ópera dos Mortos - Autran Dourado

Lançado originalmente em 1967 foi incluído pela UNESCO numa coleção das obras mais representativas da literatura mundial. O romance narra a história da família Honório Cota,se iniciando assim que João Capistrano Honório Cota resolve unir em um sobrado a sua melancolica personalidade com a do falecido pai,o coronel Lucas Procópio Honório Cota,homem truculento que se impunha pela força.Depois de passar por uma traição na politica, João Capistrano se isola da cidade junto com sua esposa e filha.Se ele conseguiu unr sua personalidade com a do pai no velho casarão,o conseguiu ainda mais na filha:Rosalina. Após a morte dos pais ela continua isolado de todos em fiel obediência ao pai e odio aos traidores da cidade.Rosalina passa os dias no silêncio com a única ocupação de fazer flores de pano e as companhias de uma empregada muda,Quiquina,dos fantasmas do passado e dos relógios cada um parado no dia da morte de um dos seus familiares. Tudo começa a mudar com a chegada do falante Jesé Felicia

Do Livro do Desassossego - Fernando Pessoa

Só algumas passagens do Livro do desassossego com as quais me identifico... "Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior." "Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto." "De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo...Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter...Uma vontade morta e uma reflexão que a embala, como a um filh

Inimigo Tempo

Eu tenho medo que os séculos passem de repente Que enquanto eu abro os olhos Enquanto acordo inocente Você não seja mais você e eu não seja mais eu. Eu tenho medo do amanhecer do dia Dessa passagem secreta Do orvalho em madrugada fria Dos planos que a vida engendra Sim, tenho medo que os séculos passem de repente Que o tempo invejoso trame contra nós Que esse cruel inimigo aja impunemente E revoltado com nossa alegria passe de repente. Olha aí,eu que nunca fui chegada a poemas,consegui fazer um,mas veio na minha mente e achei melhor registrar.

Identidade

Era um  momento em que todos os amigos próximos e até os parentes deixaram o mundo em comum, todos encontraram seu mundo particular porque no mundo em comum não encontravam seu lugar,confundiam os papeis,perdiam a vez na fila,se arriscavam sem saber o resultado.Em seu mundo particular todos os papeis definidos,com raras surpresas perfeitamente previsíveis.As amigas de Lia se encaixaram bem em seus papeis de boas esposas,mães eficientes,algumas até profissionais competentes. Outros amigos sabiam todos os dias a hora de acordar e o momento do dia que voltariam para casa. Lia não sabia. O que Lia sabia é que chega uma hora em que cada um tem que escolher qual papel representar. Cada ator tem que construir seu cenário, escolher seu papel e os companheiros de cena que estarão sempre prontos para ajudar caso esqueça suas falas, suas marcações. Mas Lia não tinha ainda um papel e se sentia apenas uma coadjuvante das encenações alheias. E Lia ansiava por construir também o seu mundo particular,

A Vítima

A noite estava escura e assustadora. Ainda por cima a tempestade, tudo deserto. Que idéia da mulher fazê-lo sair a comprar uma chupeta a essa hora da noite. O filho recém-nascido não parava de chorar, ele teve que sair. Ao menos teve sorte de encontrar uma farmácia aberta. Segurava com força o guarda-chuva para resistir à chuva de vento, quando sentiu que estava sendo seguido. Ouviu passos lentos atrás de si. Um arrepio lhe subiu pelo corpo. Será que estava mesmo sendo seguido?Passou uma mão pelo bolso, estava armado, podia se defender, um pai de família tinha de andar prevenido, nunca se sabe quem vai encontrar pelo caminho. Andava mais rápido e ainda assim, o estranho continuava a lhe seguir, a rua deserta, os pingos de chuva se tornavam mais grossos. Quem seria esse estranho?Um facínora, assassino, assassino, assaltante?E se estivesse lhe seguindo até chegar em casa?A mulher e o filho em casa... Apesar da chuva forte, começou a soar. Não podia pedir ajuda ninguém por p